A formação de preços é tratada com frequência de forma simplista, no entanto, esse item é muito mais do que o trivial processo de acumular custos e acrescentar uma margem de lucro.
A definição do preço de venda de um produto tem grande influência em como o mesmo será aceito pelo mercado, por isso, o valor que será cobrado deve ser calculado com base em dados precisos e não apenas pensando em quanto gostaria de vender para ter o lucro desejado. Logo, todo bom gestor deve dispor de conhecimentos teóricos e práticos para o cálculo e alocação de custos, e assim calcular também a margem de contribuição e lucro de cada produto.
Questionamentos como ‘qual a meta ideal da margem de contribuição de cada produto’; ‘quais os elementos que incidem sobre os custos de produção, sejam eles diretos ou indiretos’, devem fazer parte do dia a dia do empreendedor, pois são questões estratégicas para a formação de preços.
Independente do porte da organização – seja ela pequena, média ou grande – o gestor deve raciocinar estatisticamente, lendo e interpretando as informações disponíveis de forma coerente e eficaz. Analisar custos e definir a metodologia que melhor se encaixa na formação do preço do produto é, com certeza, um grande diferencial, e terá grande impacto no planejamento estratégico da companhia.
É claro, que além de saber todos os dados financeiros que podem influenciar nos custos e formação de preço de um produto, é necessária uma avaliação mais ampla, como as mudanças de mercado, econômicas, políticas e até ambientais, considerando também questões como o valor percebido pelo cliente, produtos alternativos, concorrência, tecnologia aplicada, além de valores intangíveis, como marca, confiabilidade, localização, entre outros.
No entanto, o único método capaz de garantir rentabilidade na precificação é certificando-se que a prática de preços sejam superiores aos custos. È bom ressaltar que, apesar de parecer uma afirmação evidente, e até óbvia, muitas organizações não conseguem colocar isso em prática devido ao fato de não conseguir estimar e alocar os custos de produção corretamente.
É importante salientar que erros no processo de formação de preços podem não ter efeitos negativos sobre a organização rapidamente, e é exatamente nesse ponto onde a precificação incorreta pode ser mais danosa para a empresa, por isso, para que o preço de venda gere consequências satisfatórias não só no curto, mas também a médio e longo prazo, alguns princípios devem ser observados, sendo um dos principais:
·
Distribuição dos custos comuns entre os produtos – O rateio dos custos indiretos é uma das atribuições mais difíceis de executar de maneira correta, pois a forma como se dará esse processo pode conter um alto de grau de subjetividade, levando a empresa a grandes erros.
O processo de formação de preços não deve buscar transformar a empresa numa repassadora de custos, antes de tudo, o objetivo da análise de preços é eventualmente mostrar a competitividade da organização em oferecer determinado produto.
A monitoração dessa rentabilidade será sempre necessária, por isso, toda decisão de preço é vital para a empresa, pois afeta não só seu mercado, mas sua própria sobrevivência.
Vale acrescentar ainda que a correta alocação de custos para uma estratégica eficaz de formação de preço é uma ‘arma’ altamente competitiva no ambiente de negócios, sendo assim, as empresas devem promover ações coordenadas e integradas nesse âmbito que visem atingir sua missão e, consequentemente, a continuidade no mercado em longo prazo.
Como se pode observar, existe uma importante relação entre os custos e sua alocação, na formação do preço de vendas e cada tipo de produto. Estipular o valor pelo qual você vai cobrar por seus produtos demanda inúmeros cuidados, afinal, é preciso cobrir os custos, obter lucro e ainda se manter competitivo no mercado. Por isso, encontrar o equilíbrio tem sido um desafio, principalmente para as micro e pequenas empresas, passando, necessariamente, pela eficiência e eficácia das atividades de planejamento, execução e controle.