Alocação dos custos é um dos grandes desafios nas empresas e dependendo do segmento temos que criar critérios específicos e modelos de rateios diferentes. Esse é o caso do agronegócio.
O modelo e o critério de alocação dos custos produtivos em uma UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes de Soja) é diferente do modelo de alocação do plantio da cultura da soja, por exemplo.
No modelo de alocação dos gastos industriais em uma UBS, temos que avaliar os centro de custos industriais diretos e indiretos, precisamos entender e criar critérios de alocação no processo de recebimento da semente (moega), secagem da semente, o beneficiamento, descarte e ensaque. Em cada um dos processo da UBS temos gastos gerais da fabricação e mão de obra, como pessoas operando a UBS, depreciação dos equipamentos, energia elétrica. Quando a semente fica pronta temos gastos de armazenagem com controle de temperatura para a sementes não perder a qualidade de germinação. Criar esses modelos e critérios é um grande desafio pois precisamos alocar esses gastos a cada variedade de semente de soja que foi produzida.
Como avaliar o resultado da semente e variedade beneficiada? Trará um bom resultado focar em determinada variedade de semente em detrimento da outra? Semente Beneficiada com TSI e sem TSI vale a pena a Margem Bruta gerada? Para termos essas informações precisamos seguir os passos acima.
No modelo de alocação do plantio de soja em uma fazenda, o modelo é totalmente diferente do que temos em uma UBS. Precisamos identificar as fazendas, áreas de plantio e talões e no momento de utilizar um insumo agrícola como calcário, fertilizante, adubos criar critérios de alocação destes matérias nas culturas, fazendas, áreas e talões ao longo da safra agrícola. Os equipamentos utilizados no plantio precisam de manutenção, eles são depreciados ao longo de cada safra, por isso precisamos alocar esses gastos por cada cultura plantada durante esse período. Após esse processo vem um novo desafio, será plantado feijão na mesma fazenda, na mesma área no mesmo talão dentro da mesma ano / safra.
Como criar um modelo assertivo que traga uma melhor analise do resultado por cultura, safra e talão? Será que os custos x receita x investimento e retorno realmente compensam? Qual a margem de contribuição por cultura, fazenda ou talão ? São perguntas que o produtor tem que se questionar.
Esta analise do custo é primordial para avaliar a margem de contribuição seja da semente e variedade produzida numa UBS.
Recomendamos implementar modelos de alocação de custos por absorção utilizando o conceito de esforço, seja numa UBS ou no plantio de uma cultura como soja ou feijão. Contraindicamos com veemência um critério de rateio linear que avalia custos da seguinte forma: Produzi X toneladas e Gastei Y, então cada tonelada me custou XYZ. Porque quando produzimos uma semente numa UBS, dependendo da variedade, precisamos alocar mais tempo e esforço consequentemente é necessário alocar mais GGF e MO para a variedade que toma mais esforço.
Da mesma forma uma cultura, um determinado talão demandou mais herbicidas do que outro, o esforço, equipamentos, pessoas e tempo, para plantar uma cultura de soja é muito diferente do esforço de plantar feijão, portanto não vemos sentido em usar um critério por KG produzido, alocação não fica correta e assertiva.
É necessário melhorar os critérios de alocação e implementar o modelo por esforço para conseguirmos uma analise que comprova a margem e o resultado do negócio.